Após uma série de tentativas iniciadas no mês de abril de ter acesso a um documento que deveria ser público, que é o regulamento eleitoral da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), dois sindicatos do setor industrial precisaram apelar à Justiça em busca da informação.
Assinam a petição o Sindicato da Indústria de Material Plástico e de Resinas Sintéticas do Estado da Paraíba (Sindiplast/PB) e o Sindicato da Indústria de Calçados do Estado da Paraíba (Sindicalçados).
Comandada há 27 anos por Francisco de Assis Benevides Gadelha, o Buega, a FIEP está em vias de mais um processo eleitoral e, desta vez, os sinais indicam que o atual presidente deverá enfrentar dificuldades para uma nova e pretendida reeleição.
Na ação, os sindicatos alegam que desde abril tentam o acesso ao regimento eleitoral atualizado e outros quatro documentos: estatuto social da federação; ata da última eleição e posse da diretoria; relação atualizada de sindicatos filiados; atas das reuniões destinadas a discutir o processo eleitoral na FIEP.
RESPOSTA
Os cinco documentos foram formalmente requisitados pelo Sindicato da Indústria de Curtimento de Couros e Peles do Estado da Paraíba, mas segundo a peça jurídica, “apenas dois foram entregues, sendo que um deles, o Regulamento Eleitoral, encontra-se em condições totalmente precárias, que impossibilitam a leitura e, consequentemente, a sua adequada compreensão. Além das páginas faltantes, constam folhas relacionadas a outros documentos impertinentes e que nenhuma relação possui com o Regimento Eleitoral da FIEP”.
No pedido, os advogados dos sindicatos ponderam que “considerando que o próximo pleito se aproxima, é imprescindível que os associados tenham conhecimento das regras que regem o processo eleitoral da entidade, sendo interesse de todos a transparência dos atos institucionais”.
CRISE
A relação do presidente Buega Gadelha com os sindicatos que integram a FIEP tem se desgastado nos últimos meses. Parte das entidades entende que já é hora de renovação na diretoria, enquanto Buega pretenderia emplacar mais um mandato e chegar às três décadas no comando da federação.
Diante da crise de relação, eventos recentes promovidos com pompa pela FIEP se revelaram completamente esvaziados pelos industriais. Um grupo de lideranças do segmento já estaria bem perto de formar maioria para, se preciso, “bater chapa” com o atual presidente, mas o bloco entende que o melhor caminho seria o diálogo para uma possível composição, desde que com outro nome para assumir a entidade.
A reportagem do portal Hora Agora solicitou resposta à matéria à assessoria de imprensa da FIEP e, havendo manifestação, será publicada.