Pacientes que foram atendidos em um mutirão oftalmológico realizado na última quinta-feira (15), no Hospital de Clínicas de Campina Grande, relataram complicações graves nos olhos após os procedimentos. As informações foram divulgadas inicialmente pela TV Paraíba e o portal G1.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB), quatro pessoas apresentaram desconfortos, e um processo administrativo foi aberto para investigar o caso.
As denúncias começaram a ser divulgadas nesta segunda-feira (19), logo após o fim de semana seguinte ao mutirão. Diversos pacientes procuraram unidades de saúde diferentes, relatando dores intensas e sinais de infecção ocular, indicando possíveis problemas relacionados às intervenções.
Um dos casos mais preocupantes é o de uma idosa de 89 anos, que perdeu completamente a visão de um dos olhos após o procedimento. A família da paciente informou que ela tinha um edema macular e vinha apresentando melhora com aplicações mensais, até o momento do mutirão.
Inácio Quaresma Neto, filho da idosa, contou que sua mãe vinha realizando o tratamento há cerca de cinco meses no olho esquerdo, com o objetivo de recuperar a visão prejudicada pelo embaçamento. Ele explicou que, após o procedimento realizado na quinta-feira, ela perdeu a visão total do olho afetado.
“A gente entrou na Justiça, conseguiu as injeções pelo Estado. Chegou uma mensagem para ela ir ao Hospital de Clínicas. Quando saiu de lá, já saiu com o olho doendo e dizendo que tinha dado errado. Foi um mutirão, tinha mais gente, inclusive, o pessoal que fez o procedimento também apresentando o mesmo problema”, relatou.
Outro paciente, de Picuí, também relatou à TV Paraíba que apresentou sinais de infecção ocular. Segundo familiares, ele precisará passar por uma cirurgia de emergência no hospital filantrópico Help nesta segunda-feira (19).
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) enviou uma nota ao portal G1 informando que está investigando possíveis irregularidades nas cirurgias oftalmológicas realizadas. A pasta informou ainda que os procedimentos foram conduzidos pela Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada pela SES, sendo os profissionais e o fornecimento de materiais utilizados durante as intervenções de responsabilidade exclusiva da empresa.