O novo retrato religioso da Paraíba e de sua principal cidade do interior, Campina Grande, revela mudanças significativas nos últimos 12 anos. Os dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram um declínio expressivo na proporção de católicos e o avanço de outras vertentes religiosas, especialmente as evangélicas.
Na Paraíba, o catolicismo, embora ainda seja a religião predominante, caiu de 77,3% em 2010 para 68,96% da população em 2022 — o equivalente a cerca de 2,37 milhões de pessoas. No mesmo período, os evangélicos ampliaram sua presença de 14,9% para 20,77% (cerca de 713 mil habitantes).
Também foi registrado um leve aumento no número de pessoas que se declaram sem religião: de 5,6% para 6,15%. Já os espíritas representam 0,64%, enquanto religiões de matriz africana (Umbanda e Candomblé) somam 0,3%. Tradições indígenas e outras crenças totalizam 3,03%. Apenas 0,09% não souberam ou não quiseram responder.
Em Campina Grande, considerada um dos principais polos religiosos do Nordeste, os números seguem a tendência estadual, mas com nuances marcantes. Apenas 56,4% da população se declarou católica, um índice bem abaixo da média estadual. Os evangélicos já representam 28,52% dos campinenses, e os sem religião, 8,57%.
O município também apresenta maior diversidade religiosa em comparação ao restante do estado. Os espíritas somam 1,44%, enquanto adeptos de Umbanda e Candomblé são 0,36%. Tradições indígenas aparecem com 0,03%, e outras religiões, com 4,55%.
Os dados reforçam uma tendência nacional de reconfiguração do mapa religioso brasileiro, marcada pela queda contínua do catolicismo e o avanço de igrejas evangélicas, sobretudo as de vertente pentecostal. Especialistas apontam que fatores como o crescimento urbano, a comunicação digital e a atuação comunitária das igrejas têm contribuído para essas mudanças.
A pesquisa completa está disponível no site do IBGE.