A força aérea de Israel confirmou ter realizado uma série de ataques aéreos contra o território iraniano, focando instalações nucleares e militares que, segundo o governo israelense, representavam “ameaça existencial” ao país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a operação como um ato preventivo diante de indícios de que o Irã dispunha de material suficiente para produzir até 15 ogivas nucleares em questão de dias.
Autoridades israelenses afirmam que o ataque buscou desmantelar centros de enriquecimento de urânio e depósitos de mísseis de longo alcance, interrompendo o avanço do programa nuclear iraniano.
Objetivos e justificativa militar
De acordo com declarações oficiais, as Forças de Defesa de Israel (IDF) priorizaram hangares, silos de mísseis e laboratórios de centrifugação de urânio, localizados nas províncias centrais do Irã. Fontes militares israelenses argumentaram que a ação foi motivada por inteligência que indicava iminente produção de armamentos nucleares. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, descreveu o cenário como “excepcional” e declarou um estado de emergência interno, com escolas fechadas e preparativos para possíveis ataques de retaliação.
Reação do Irã
Após os estrondos das explosões, o governo iraniano informou ter registrado disparos de defesa antiaérea sobre Teerã e cidades vizinhas, elevando o nível de alerta das suas forças armadas. A estatal Press TV relatou que alguns mísseis interceptores foram lançados contra alvos aéreos não identificados, e fontes locais mencionaram danos moderados em estruturas secundárias, sem confirmação oficial de baixas humanas. Além disso, o Irã anunciou a intenção de acelerar a instalação de um novo complexo de enriquecimento de urânio, equipado com centrífugas de última geração, como forma de retaliação política e técnica.
Posicionamento dos Estados Unidos
Autoridades norte-americanas garantiram que não houve envolvimento direto dos Estados Unidos na planificação ou execução do ataque. Segundo o porta-voz do Pentágono, qualquer ação foi conduzida exclusivamente pelas Forças de Defesa de Israel. Ainda assim, o ex-presidente Donald Trump, atualmente em intensa atividade política, teria convocado uma reunião de gabinete para avaliar a situação, admitindo que um ataque “poderia muito bem acontecer” e defendendo, simultaneamente, a busca por uma solução diplomática para conter o programa nuclear iraniano.
Contexto diplomático e histórico
O ataque ocorre em um momento de impasse diplomático — negociações mediadas pelos Estados Unidos em Omã para retomar o acordo nuclear de 2015 estão estagnadas há semanas, sem avanços concretos. Desde o ano passado, Israel intensificou ações de baixa intensidade contra alvos iranianos na Síria e no Iraque, visando desarticular redes de envio de armas ao Hezbollah e a grupos aliados ao Irã. A escalada para um ataque direto em solo iraniano, porém, representa uma ruptura significativa na tradicional estratégia israelense de agir “nas sombras”.
Perspectivas e riscos
Especialistas em geopolítica alertam que a nova fase de hostilidades pode desencadear retaliações por parte de milícias apoiadas pelo Irã em territórios sob controle israelense, incluindo ataques por drones e mísseis contra cidades do norte de Israel. A possibilidade de um conflito mais amplo envolvendo atores como Síria, Líbano e Iraque, além do potencial engajamento indireto de Estados Unidos, Rússia e China, coloca a estabilidade do Oriente Médio sob o risco de uma guerra regional ampliada. Há quem tema o desencadeamento de uma guerra mundial.