Permissionários burlam regras e terceirizam boxes do Shopping Edson Diniz


O Shopping Edson Diniz, espaço destinado nos anos 2.000 para acomodar comerciantes que trabalhavam irregularmente nas ruas de Campina Grande, os tradicionais "camelôs", voltou às páginas do noticiário esta semana por conta de uma grande apreensão de celulares que, segundo a Polícia Civil, seriam produto de roubos e furtos e estavam sendo comercializados no local.

Procurado pelo Jornal do Meio-Dia da Campina FM, o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (Ipsem), a quem pertence o prédio, explicou que só poderá considerar alguma medida de sanção aos lojistas envolvidos no caso após o andamento e possível conclusão das investigações.

Segundo o presidente do Ipsem, Floriano Brito Júnior, os lojistas do chamado “shopping popular” ou “Shopping Centro” são permissionários dos boxes, com contrato renovado periodicamente por dois anos. Portanto, eles não são proprietários e, assim, não poderiam dar outra destinação aos imóveis, como a venda ou sublocação.

O presidente do instituto revelou que, caso algum permissionário não tenha mais o objetivo de manter atividades comerciais em "seu" box, ou mesmo em caso de morte, o espaço deve ser devolvido ao Município para abertura de edital público para chamamento de interessados.

Ocorre que Floriano reconhece que isso não ocorre. “As pessoas que ocupam o ambiente até hoje são as mesmas que estiveram no primeiro instante, são permissionárias desde então. Até hoje a gente não teve espaços vagos que pudessem ser realocados”, comentou. 

Na prática, porém, é corriqueira a terceirização dos boxes. Ainda durante o Jornal do Meio-Dia desta quarta-feira, o jornalista Silas Batista fez uma rápida pesquisa e constatou três anúncios de aluguel em um bazar do Facebook.

A reportagem do Hora Agora também encontrou, em uma busca simples, permissionários anunciando o aluguel dos espaços em sites de anúncios e páginas de corretores. O valor médio do aluguel é entre R$750 e R$1.000. Ou seja, são pessoas que receberam um imóvel pertencente ao Ipsem para nele comercializarem, mas que acabam desviando a finalidade e convertendo em fonte de ganho com aluguel.





CONTA PARA O IPSEM PAGAR

Ainda em entrevista ao Jornal do Meio-Dia da Campina FM, Floriano Brito Jr. Explicou que a manutenção de rotina do prédio, desde as contas fixas como água e luz até melhorias menores, como pinturas, atualmente são bancadas pelos próprios permissionários, através de uma taxa de condomínio paga à associação que administra o Edson Diniz.

Mas, intervenções maiores e estruturais – que são as mais caras – ficam a cargo do Ipsem, como ocorreu após incêndios que atingiram parte do shopping. O instituto recebe o pagamento de uma taxa por parte dos permissionários, cujo valor não foi informado.

Lenildo Ferreira | Hora Agora - reprodução proibida

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