O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, ignorou a indicação de Gali Dagan como novo embaixador de Israel no Brasil, após a saída de Daniel Zonshine, mantendo as relações entre os dois países em patamar reduzido, sem aprovação formal do nome apresentado por Tel Aviv.
Diante disso, Israel anunciou o rebaixamento das relações diplomáticas entre os dois países. Israel havia indicado o diplomata Gali Dagan em janeiro para assumir a embaixada em Brasília.
Para exercer a atividade, no entanto, é necessária a concessão de uma autorização do país que o recebe, chamada de "agrément". Tal autorização é praxe em todas as relações entre países.
A recusa reflete o alinhamento do Brasil com nações que têm se colocado de forma mais crítica à ofensiva israelense e que pressionam por soluções pacíficas e humanitárias na região.
Postura diplomática brasileira
Desde o início da escalada do conflito em outubro de 2023, o Brasil vem adotando uma postura claramente inclinada ao lado palestino. O presidente Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza a um genocídio, fala que o levou a ser declarado persona non grata por Israel.
O Brasil também assumiu papel ativo ao presidir grupo de trabalho da ONU para debater a criação de um Estado palestino, iniciativa apoiada por França e Arábia Saudita, e reafirmou compromisso com o princípio dos dois Estados como solução para o conflito. O governo brasileiro jamais foi assertivo, por outro lado, em condenar as ações terroristas do Hamas.