O secretário de Assistência Social de Campina Grande, Fábio Thoma, fez um grave e preocupante alerta sobre a população em situação de rua da cidade.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, na Rádio Campina FM, o advogado afirmou que traficantes estão explorando essas pessoas, tomando seus cartões do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para garantir o pagamento de entorpecentes.
"O grande problema hoje é a questão dos entorpecentes. A maioria desses moradores consegue o BPC, e os próprios traficantes pegam os cartões deles para fornecer as drogas. Eles ficam presos nessa situação para ter acesso aos entorpecentes."
O secretário destacou que esses criminosos atuam nas áreas centrais da cidade e que a prefeitura já entrou em contato com as polícias Civil e Militar para que uma força-tarefa seja montada para coibir essa prática.
Fábio Thoma explicou que a Secretaria de Assistência Social (Semas) oferece cestas de alimentos e um aluguel social de R$ 600, mas a maioria das pessoas não aceita.
"Infelizmente, eles não querem. Isso envolve o tráfico e outras situações que não nos dão o poder de forçar a saída deles", explicou.
Além da questão das drogas, Thoma mencionou ainda o aumento do número de venezuelanos nas ruas, especialmente da tribo Warao. A vinda dessas pessoas para Campina Grande ocorreu após o fechamento de uma entidade de acolhimento em Alagoas. "Eles têm uma cultura de pedir nas ruas. Não querem aluguel social nem nada. Só querem continuar pedindo", disse.
O secretário reforça ainda que todos os moradores de rua da cidade são cadastrados, mas a falta de interesse em aceitar a ajuda, geralmente por causa da dependência e do tráfico, dificulta o trabalho.
Pedro Pereira