A polícia investiga pelo menos duas denúncias formuladas ao Ministério Público Estadual nas quais pais afirmam que uma clínica privada de Campina Grande teria usado dados dos seus filhos para cadastrar procedimentos junto ao Sistema Único de Saúde e receber recursos sem que os serviços tenham sido prestados.
Em ambos os casos, os dados teriam sido obtidos após os pais das crianças, que são autistas, cadastrarem os filhos em busca de atendimento que nunca teria ocorrido. A primeira possível vítima é um menino de oito anos que teve a oferta de serviços negada por estudar em uma escola privada.
A segunda vítima seria uma menina, também de oito anos, que conforme a denúncia da família não conseguiu receber qualquer atendimento por falta de vaga, mas teve os dados utilizados para cadastro de mais de cem procedimentos fictícios pela clínica junto ao SUS.
Nas duas ocorrências, os pais teriam tomado conhecimento do suposto uso indevido dos dados das crianças ao buscarem atendimento em outras instituições com serviços vinculados ao SUS. Os serviços fictícios foram descobertos durante a triagem.
As denúncias estão sendo objeto de inquéritos policiais. Em uma das investigações, a representante da clínica chegou a prestar depoimento e negou qualquer irregularidade, mas contou que a funcionária responsável pelo atendimento à criança havia sido desligada.
