MPPB abre procedimento para investigar contratos na Saúde de Campina; Controladoria é acionada


O Ministério Público da Paraíba (MPPB) instaurou um Procedimento Preparatório para apurar possíveis irregularidades na estrutura de gastos com pessoal da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande. A medida foi oficializada pela Portaria de Instauração nº 33/15º PJ CAMPINA GRANDE/2025, assinada pelo 15º Promotor de Justiça, Alcides Leite de Amorim.

O foco da investigação são as contratações, especialmente a remuneração de pessoas físicas e jurídicas, com valores mensais que ultrapassam R$ 40 mil 

Uma análise preliminar de tabelas fornecidas pela própria Secretaria de Saúde revelou que os pagamentos mensais destacados por ultrapassarem o teto de R$ 40 mil totalizam R$ 2.131.586,80 por mês.
O documento do MPPB aponta que há indícios de que o modelo de contratação envolva múltiplas pessoas jurídicas reunindo diversos profissionais sob o mesmo CNPJ. Há também registros de que a mesma empresa com diferentes médicos está atuando em unidades variadas, como hospitais (Edgley, Pedro I, ISEA), UPAs e PSFs do município.

O Promotor de Justiça determinou uma série de diligências com prazo de 15 dias úteis. O Secretário Municipal de Saúde, Carlos Dunga Júnior, foi oficiado para apresentar justificativas administrativas e jurídicas para o uso do modelo de contratação via pessoa jurídica.
O órgão municipal deverá esclarecer:

- Os fundamentos legais e administrativos que embasaram a escolha do modelo de contratação.

- Os critérios de seleção das empresas, informando se houve licitação, dispensa ou inexigibilidade.

- Os benefícios e vantagens concretas (financeira, economicidade e eficiência) que o Município obtém com este tipo de vínculo.

- A compatibilidade das contratações com o limite de despesa com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Adicionalmente, o MPPB solicitou que a Controladoria-Geral do Município informe se há processos de auditoria, sindicância ou Tomada de Contas Especial em andamento sobre a regularidade destas contratações.

O Procedimento Preparatório visa colher provas para, se necessário, embasar uma futura Ação Civil Pública para reparar eventuais danos e responsabilizar os envolvidos.

O Portal Hora Agora entrou em contato com a Secretaria de Saúde, mas até o momento não obteve retorno.
Postagem Anterior Próxima Postagem