Sete pacientes vão à Justiça após danos em cirurgias no Hospital de Clínicas de Campina Grande


Enquanto o caso ainda é investigado pela polícia e o Ministério Público, sete ações judiciais já foram movidas por pacientes prejudicados durante o mutirão oftalmológico do programa Opera Paraíba, realizado em 15 de maio de 2025 no Hospital de Clínicas de Campina Grande, com um quadro de complicações graves atribuídas ao uso de medicamentos vencidos e falhas generalizadas no procedimento. 

As ações judiciais relatam que moradores de diferentes cidades, submetidos a aplicações intravítreas ou a procedimentos pós-cirurgia de catarata, desenvolveram infecções severas e perda parcial ou total da visão após o atendimento.

Entre as consequências de saúde relatadas pelos autores estão endoftalmite grave, necessidade de cirurgias de emergência, dores intensas, inflamação ocular, hemorragia vítrea, deterioração acelerada da acuidade visual, cegueira completa em um dos olhos, retirada total do globo ocular, crises emocionais, ansiedade e limitações permanentes para atividades básicas do dia a dia. 

Em alguns casos, as complicações levaram a afastamento do trabalho e perda total da autonomia, conforme detalham as vítimas ao buscar reparação judicial.

Os réus indicados nas ações são essencialmente os mesmos: o Estado da Paraíba, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Fundação Rubens Dutra Segundo — entidade contratada para executar o mutirão — e o Hospital de Clínicas de Campina Grande. 

Em alguns processos, dirigentes da fundação e o Município de Campina Grande também aparecem entre os responsáveis. Os autores atribuem aos réus falhas de fiscalização, negligência sanitária, erro na administração de medicamentos e omissão no controle de qualidade dos procedimentos.

DEFESA

O Estado já apresentou defesa em dois processos. As manifestações serão detalhadas em uma reportagem específica. Mas, em geral, a alegação é de que a responsabilidade pelos problemas causados aos pacientes seria da Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada para a prestação do serviço – e que, por sua vez, teria contratado uma médica para os procedimentos. A fundação ainda não se pronunciou nas ações.

Lenildo Ferreira (Hora Agora) - Reprodução proibida

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