A Justiça da Argentina concedeu, nesta quarta-feira (3), a autorização para a extradição do casal Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, sócios da empresa de criptomoedas Braiscompany. A decisão — confirmada pela Justiça Federal da Paraíba — abre caminho para que a dupla seja transferido ao Brasil para cumprir as penas impostas.
Antônio e Fabrícia estão presos na Argentina desde fevereiro de 2024, depois de terem sido localizados na cidade de Escobar, na região metropolitana de Buenos Aires, após cerca de um ano foragidos. No entanto, ainda não há data definida para o retorno deles: a extradição depende de trâmites legais no país vizinho e a defesa pode apresentar recurso.
No Brasil, o casal foi condenado por crimes contra o sistema financeiro, em um esquema acusado de desviar cerca de R$ 1,11 bilhão por meio da Braiscompany. Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), mais de 20 mil investidores foram lesados. As penas juntas somam aproximadamente 150 anos de reclusão.
A Braiscompany, sediada em Campina Grande (Paraíba), operava com a promessa de gestão de criptoativos e “aluguel” de criptomoedas: investidores entregavam ativos digitais à empresa por um ano e recebiam rendimentos mensais, taxa que chegava a cerca de 8% ao mês — valor considerado irreal por especialistas. O modelo desabou, culminando nas prisões e nas condenações.
Com a autorização de extradição, o Brasil poderá, enfim, garantir o cumprimento das penas impostas ao casal pelo esquema considerado um dos maiores golpes financeiros envolvendo criptomoedas no país. A data efetiva da transferência dependerá agora da tramitação judicial na Argentina e do desfecho de eventuais recursos apresentados pela defesa.
