Chico Maria foi testemunha-personagem da História e fez história na Paraíba


A morte neste domingo, 13/02, do advogado e jornalista Chico Maria representa a passagem de uma figura extremamente importante para a imprensa, o direito e a segurança pública da Paraíba, sobretudo por sua condição de testemunha-personagem de fatos e momentos marcantes da nossa história.

Enquanto jurista, Chico atuou como advogado e defensor público, inclusive em casos rumorosos como o de Isabel Cristina e o “monstro do Quarenta”. Como delegado, marcou época em Campina Grande e, sendo chefe de polícia do Estado, teve atuação protagonista em investigações como da execução do líder camponês João Pedro Teixeira.

Importante e bem sucedido em sua carreira, deu uma guinada na vida e passou a ser homem de imprensa. Na TV Borborema e, depois, na TV Paraíba, destacou-se como o maior entrevistador da imprensa local e, sem exageros, um dos melhores no país.

Entrevistou figuras de extrema relevância nacional e mundial, como Pelé, Frei Damião, Luís Carlos Prestes, Fernando Collor e Dom Hélder Câmara, apenas para citar meia dúzia. Era respeitado e até temido pelos políticos – tanto que Paulo Maluf, sabendo do estilo de Chico, preferiu evitá-lo.

Chico Maria era aquela imprensa de alto nível, de padrão intelectual de excelência, de uma trajetória extremamente respeitável. Um tipo de imprensa, aliás, que mal tem lugar no mundo contemporâneo do jornalismo vulgar, vazio, semi-alfabetizado, prostrado às conveniências do poder.

O grande homem morre, mas sua história vive.

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Em 2015, o jornalista Lenildo Ferreira entrevistou Chico Maria, então com 85 anos, na sala de sua casa, em Campina Grande. O bate-papo havia sido reprisado recentemente, em 24 de janeiro, na Rádio Cariri, pouco antes do jornalista ser internado.

Trata-se, portanto, de um documento de relevante valor histórico. Para ouvir a entrevista no Youtube, clique aqui.   

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