O vereador Alexandre do Sindicato (UB), que tem estado à frente da repercussão na Câmara Municipal de Campina Grande de uma série de denúncias contra o Hospital João XXIII, recebeu durante a sessão desta terça-feira mais uma queixa contra a unidade e expôs as informações no plenário.
Segundo o vereador, a própria paciente, Eliane da Silva Santos, foi à Câmara relatar seu caso. Ela estaria precisando realizar a substituição de um marca-passo, mas o procedimento vem sendo seguidamente adiado pelo João XXIII. Alexandre explicou que o equipamento em uso pela paciente está prestes a parar e ela poderá morrer.
“Vamos assistir à morte dessa cidadã, como aconteceu recentemente com o senhor João José?”, questionou Alexandre, referindo-se ao paciente que morreu há dez dias após esperar por um procedimento na unidade hospitalar. “Tenho denunciado o descaso do João XXIII, que é o hospital da morte”, complementou.
CPI
Durante a sessão, o vereador Anderson Almeida Pila (MDB) sugeriu a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias contra o João XXIII. “Várias pessoas estão morrendo por negligência nesse hospital”, alegou o parlamentar de oposição.
A proposta de Anderson foi apoiada pelos vereadores de oposição Eva Gouveia, Olimpio Oliveira, Jô Oliveira, Renan Maracajá, Bruno Faustino; Rostand Paraíba e Dona Fátima, somando o mínimo necessário de oito assinaturas necessárias para a instalação da CPI.
REUNIÃO COM O SECRETÁRIO DE SAÚDE
Após a sessão, um grupo de vereadores foi até a Secretaria Municipal de Saúde para se reunir com o secretário titular da pasta, Gilney Porto. Representantes do João XXIII também estiveram no encontro.
O gestor afirmou que, segundo o hospital, o problema estaria decorrendo da diferença severa entre os custos dos insumos utilizados nos procedimentos e a tabela do SUS. No caso do marca-passo, por exemplo, o repasse é de R$ 2,5 mil, enquanto o preço médio no mercado pelo aparelho é R$ 8 mil.