Leia a nova coluna de Regina Amorim no portal Hora Agora

O conceito de consumo atual tem gerado uma demanda de “experiências” que incorpora a característica da emoção, muito mais que a racionalidade, e estabelece o valor de compra do produto ou serviço ofertado. 

Por isso torna-se fundamental uma análise crítica sobre o turismo, como um novo fator de desenvolvimento territorial sustentável, buscando maior identidade cultural nos produtos e serviços, inovação da gestão empresarial, coesão de forças e harmonia para solucionar problemas, criação de oportunidades de negócios e geração de riqueza de forma integrada e sustentável.

O SEBRAE-PB atua com a formatação das atividades turísticas nos municípios, utilizando como base os conceitos da economia criativa, da economia da experiência e da produção associada ao turismo. Percebe-se que os resultados alcançados têm agregado valor a oferta turística nas regiões paraibanas, totalizando mais de trinta municípios já contemplados com o Turismo de Experiência, até então.

Os municípios são analisados sob as dinâmicas de desenvolvimento local, considerando as redes locais, os mecanismos de inovação, o capital social, as estruturas técnicas para o desenvolvimento local, a governança, a política local de desenvolvimento, a liderança, os problemas, oportunidades e desafios de financiamento, a exclusão social, a marginalidade e as questões ambientais. O estágio de desenvolvimento de cada município analisado é diferente, considerando as condições de infraestrutura, a gestão pública, o capital social, a qualidade de vida e tantas outras variáveis que podem ser avaliadas como forças restritivas ou propulsoras do desenvolvimento local e territorial sustentável. 

Diante de tantas mudanças nos cenários mundiais, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais torna-se necessário rever os indicadores de desenvolvimento local e regional não mais focados em emprego, mas na qualidade de vida e no empreendedorismo, pois os atores sociais e econômicos estão reestruturando seus hábitos de produção e consumo, com novas possibilidades e desafios. Nesse contexto o turismo criativo e colaborativo pode ser um modelo de atividade econômica condizente com o desenvolvimento territorial sustentável e adequado às novas experiências de consumo. A atividade turística é um fator de crescimento qualitativo e quantitativo do desenvolvimento local e regional. 

A atividade turística como fator de desenvolvimento endógeno é o modelo utilizado no desenvolvimento territorial dos municípios paraibanos, pois as atividades criativas com foco na produção associada ao turismo são de baixo impacto, utilizam recursos locais, geram empregos, não comprometem o meio ambiente e preservam a identidade cultural local. 

O Projeto de Turismo Criativo e Colaborativo do SEBRAE-PB em parceria com o governo do Estado e prefeituras, tem investido no fortalecimento da governança regional, que é o desenvolvimento humano traduzido como democracia, equidade social e desenvolvimento econômico. 

Segundo Andrew K. Copus “A eficácia da governança na promoção do desenvolvimento de um território específico está na sua capacidade de facilitar a adaptação da economia regional às mudanças econômicas gerais e, como resultado, alcançar um aumento da competitividade do território”.

Importante destacar que a economia criativa é a base do turismo criativo, uma atividade intensiva em cultura, portanto, depende menos de recursos finitos, pois o seu potencial cultural e criativo possui a capacidade elástica para se renovar e recriar, inovando produtos e serviços.

A diversidade de atrativos turísticos entre as regiões da Paraíba é sem dúvida uma referência para a integração e a cooperação regional, que já começa a ser estimulada a partir da formatação de novos roteiros turísticos integrados, sem precisar repetir as vivências e experiências.  O protagonismo local também é parte importante para a inovação em territórios de alta densidade cultural e o “sentimento de pertença” é demonstrado pelos componentes culturais.

É a cultura viva do lugar, praticada pela comunidade, que o visitante é convidado a participar durante a sua estadia, interagindo e aprendendo com as pessoas do lugar e com os pequenos negócios, que são em qualquer parte do mundo, os atores essenciais da produção, da inovação e de inclusão social. 

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