O preço de uma democracia relativa... - Por Waltair Pacheco de Brito Jr


Palavras de um chefe de estado falando sobre a ideia de que democracia é relativa, refletem hoje no dia a dia do povo o alto preço que se está pagando aqueles que discordam democraticamente de tal ideia, de tal pensamento.

A relativização da democracia só é possível ser ou acontecer, se pensarmos que sua fundamentação lógica se baseia num sentimento pessoal de um alguém que tende a relativizar o conceito desta a uma compreensão e ou vontade individual, mui particular, em torno de seus interesses.

Tal fundamentação é ilógica, sem sentido, sem razão de ser em qualquer aspecto ou segmento da vida humana, é incabível e impensável existir em uma sociedade, pois não há como se viver socialmente onde as regras se apliquem dentro do ideal íntimo de um ser em detrimento a maioria.

Isto se torna ainda mais impensável no campo da politica, no âmbito governamental onde claramente se entende que democracia é o povo, isto é, a coletividade de cidadãos que tem o poder para reger direta ou indiretamente os rumos de uma Nação.

Que tem o direito à liberdade de expressão, que é livre no pensar e ter opinião, que tem garantido em lei a condição de ser, critico e ou questionador do poder público sem que lhe seja imputado crime uma vez que tais práticas são garantias constitucionais.

Entretanto, quando um governante expressa esta maligna ideia, quando este revela o nefasto pensamento de relativizar a democracia, abre-se a porta do esfacelamento da mesma, dar-se início as ações maléficas e criminosas de perseguição ao contraditório e instauração da censura e consequente ditadura.

As consequências são inevitáveis, perda da liberdade de expressão, aprisionamento do pensamento e da livre opinião, o tolhimento e ou banimento das críticas e ou questionamentos ao poder público, mesmo quando merecedores, a interferência e ou ingerência de um poder sobre os demais.

E a conta chega para ser paga pelo povo, a começar por ter o poder tirado de suas mãos.

Condenações injustas, infundadas de inocentes, perseguições, calúnias e difamações, prisões indevidas, manipulação das informações, o assistir impotente de crimes praticados sob a ótica do legítimo direito de defesa dos interesses de quem relativizou a democracia.

Da impunidade a despeito de qualquer crime e ou improbidade cometida, garantida pelo autoritarismo inconsequente e danoso dos que entendem e querem que a democracia seja relativa, pois tal condição lhes favorecem, lhes assegurando direitos e privilégios em detrimento dos demais.

Do descaramento de se falar abertamente em favor de ditaduras, de expor pensamentos e ideias não condizentes com a vontade do povo, do interesse particular de colocar paixões juvenis acima dos interesses da Nação, de declarar publicamente o interesse em calar quem é democrático.

É um alto preço a se pagar, um custo caro de se ter quando a democracia é relativizada.

Postagem Anterior Próxima Postagem