A cultura junina é um dos patrimônios culturais mais representativos da população do Nordeste. Muitos atores sociais se preocupam com a realização das festas juninas contemporâneas, pois elas se concretizam de forma pasteurizada, descaracterizadas, sem identidade e sem criatividade, uma verdadeira ameaça aos valores culturais de uma sociedade.
Festejos Juninos é um dos mais populares, sob a dinâmica cultural, que precisa ter o pertencimento dos seus habitantes, pois são eles que efetivamente geram a sua autenticidade. A festa Junina de Santa Luzia – PB, “a cidade que ensinou o Brasil a dançar forró”, desde 1942, ainda se mantém autêntica, porque a comunidade local faz a verdadeira festa de São João nos seus Arraiais Juninos, recebem os familiares e amigos, dançam ao som dos melhores trios de forró pé de serra do município.
Outras famílias preferem fazer a sua festa no meio rural, uma grande confraternização de famílias e amigos, sem “derivação musical” e sem precisar importar absolutamente nada de outra região do País, porque tudo já está no território criativo e cultural do município de Santa Luzia.
São as famílias de Santa Luzia que contribuem com pertencimento, para manter vivo o reconhecimento de “Cidade Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado da Paraíba”, pela autêntica Festa Junina, que acontece nos Arraiais Criativos das Famílias da cidade, com danças, as melhores músicas de São João, o figurino de roupas juninas, as comidas de milho, o café na calçada, o passeio junino e o passeio de carroças.
São as famílias que geram renda para as costureiras, a contratação dos trios de forró pé de serra, o aluguel de carroças, os serviços de montagem e decoração de aproximadamente sessenta arraiais, onde todas as gerações brincam juntas, desde crianças até os idosos.
A atividade criativa da Festa de São João nos Arraiais das Famílias de Santa Luzia, pode ser considerada um ato criativo, gerador de valor simbólico, que resulta em riqueza cultural, social e econômica. O contexto criativo é fundamental para alimentar e desenvolver a criatividade das expressões culturais e das festas populares, que se insere num movimento cultural mais amplo e com mais pertencimento da sociedade.
No período junino sempre algo se move e as pessoas ficam mais criativas, pois o protagonismo das famílias e amigos, gera a liberdade de criação e de expressão, que os demais não têm, pois não priorizam a ancestralidade e a criatividade, que geram pertencimento, possibilitam a inovação sem perder a identidade. A qualidade e a criatividade são os maiores critérios de defesa de uma festa junina original. As pessoas e os visitantes precisam compreender e perceber que o São João das Famílias e Amigos prioriza uma boa hospitalidade e uma boa relação de qualidade, baixo investimento e singularidade.
A questão de grandes investimentos para realizar uma festa de São João, soma-se a uma inversão de valores, que em nada contribui para a economia do imaterial e nem para elevar o sentimento de pertença da população de um território. Cultura, arte, consumo, identidade e memória afetiva são palavras ligadas ao universo de uma festa junina autêntica, que se transforma em um movimento prazeroso de famílias e amigos que brincam e geram diferencial, legitimidade como parte fundamental das expressões da cultura junina.
O benefício da preservação cultural é enorme. O conhecimento que temos sobre este benefício é muito pequeno. Chega a ser um paradoxo entre a preservação cultural e o conhecimento limitado que se tem sobre seus benefícios.
A tradição da cultura junina traz um novo olhar, para aqueles que estão fora dela e altera o olhar para as experiências diferenciadas, que reúne criatividade, constrói coerência e permite ampliar a visibilidade e o forte desejo de participar das experiências turísticas autênticas. Os que desejam uma imersão na cultura junina, em qualquer época do ano, vivenciem a Rota dos Festejos Juninos Vale dos Sertões, através de agências de turismo receptivo, que compõem o Catálogo de Experiências Turísticas da Paraíba. Leia o QR-CODE.
