Ventos mudam e saída de João para disputar o Senado vira tendência. Entenda mudanças


Por Lenildo Ferreira

As últimas semanas trouxeram uma certa reviravolta no cenário do grupo político do governador João Azevêdo (PSB). Aliados, que reconheciam que o chefe do Poder Executivo estadual tendia a ficar no cargo e não ser candidato, agora vislumbram indícios claros em sentido contrário.

Alguns fatores foram essenciais para a mudança de perspectiva. Primeiro, João viu que o “projeto Deusdete Queiroga” não teria como decolar. Todo mundo sabe que o governador considerava seriamente repetir o feito de sua eleição em 2018 e indicar um secretário para a sucessão.

Mas, nem João é Ricardo Coutinho, nem Deusdete é João, nem o cenário é o mesmo. 

Se o auxiliar fosse virar candidato, Azevêdo teria que ficar no cargo. Sem Deusdete, caso o governador não vá para a disputa, o PSB corre o risco de alcançar um feito estranho de, estando no poder, não ter sequer um candidato na chapa.

Além disso, ao assumir o comando do partido na Paraíba, João Azevêdo naturalmente abraça uma maior responsabilidade com a sigla, inclusive na construção de um projeto nacional. Não por acaso, foi abertamente pressionado pelo alto comando socialista a ser candidato.

Somando-se tudo, apenas um impedimento seguraria João na cadeira até 31 de dezembro de 2026: falta de confiança no vice-governador Lucas Ribeiro e o PP como um todo.

Só que João, nitidamente, demonstra clara e firme confiança na pessoa de Lucas – seja qual for o arranjo político, com ou sem o substituto vindo a ser o candidato do grupo ao governo.

E as eventuais desconfianças, muito mais oriundas de terceiros como o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (REP), quanto a uma improbabilíssima virada de mesa dos pepistas para lançar Lucas postulante a governador e Daniella Ribeiro à reeleição, se diluíram diante da fala clara da congressista de que não será candidata.

Dinâmica e imprevisível, a política é um jogo que pode mudar de uma hora para a outra. Mas, no momento, João Azevêdo parece ter com clareza todos os elementos para renunciar em abril e ser candidato a senador. 

O fator decisivo e determinante, portanto, parece ser agora apenas um: sua própria vontade. João, inclusive, dá claros sinais de que pretende decolar rumo a Brasília. E o que, afinal, o levaria a não querer? 

---

Imagem: A União

Postagem Anterior Próxima Postagem