O Ministério Público Estadual, através da Promotoria de Justiça de Soledade, instaurou inquérito civil público para apurar responsabilidades pela participação de uma criança de apenas 11 anos no show do cantor Anderson Neiff no último domingo, quando uma briga acabou com a morte de um menor, duas pessoas feridas e um preso.
No palco, a menina requebrou ao som de funk após ser entrevistada pelo cantor e confirmar sua idade. “Entre as performances do grupo, com as letras das músicas tendo frases como ‘nós não se arrepende, na safada/casada é sem pano’ e ‘sou traficante, trafico mesmo’, a criança foi questionada pelo vocalista da banda ‘qual é a coisa que mais gosto de fazer na minha vida?’, tendo a resposta ecoada pelo público e pela criança ‘trair’, quando o vocalista acrescenta ‘trair, isso é hobby’”, registra o promotor Stoessel Wanderley de Sousa Neto.
O promotor ainda aponta “flagrante exposição pública da infante, agravada pela divulgação do ato através internet, tendo a menor realizado exibição de danças sensuais em duas músicas apresentadas pelo grupo, inclusive ao lado da dançarina ‘Larissa’, em ambiente inquestionavelmente impróprio para uma criança”.
Na portaria, Stoessel determina que sejam identificados “todos os responsáveis pela organização do evento, incluindo a pessoa jurídica contratante e seus sócios, além de outros identificados nas postagens do perfil do Instagram”.
Ele também determina que sejam qualificados o ex-prefeito Dudu Dantas e o atual prefeito de Cubati, José Ribeiro. Não há menção específica no documento a se o cantor Anderson Neiff será ouvido.
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Lenildo Ferreira (Hora Agora) - Proibida a reprodução