Rita Lee: Rainha do Rock Brasileiro e Padroeira da Liberdade - Por Rosália Lucas


No dia 13 de julho, o mundo celebra o Dia Mundial do Rock, uma data que, para muitos, é um tributo ao gênero que transformou a música e a cultura popular. Para mim, como fã de Rita Lee, esse dia evoca uma história rica e multifacetada que vai além das guitarras e do ritmo pulsante. É uma celebração da liberdade, da criatividade e da reinvenção, características que definem a trajetória dessa icônica artista brasileira tão inspiradora.

Rita Lee, considerada a "rainha do rock brasileiro", ascendeu ao estrelato em um cenário musical marcado por transformações sociais e culturais. Nascida em 31 de dezembro de 1947, escolheu durante a pandemia passar a celebrar seu aniversário em 22 de maio, no dia de Santa Rita de Cássia, sempre desafiando convenções. Rita que eternizou a música “Ovelha Negra” e marcou seu estilo ousado com cabelos vermelhos, uma artista que se destaca não apenas pela sua música, mas pela sua filosofia de vida. Em sua fala na entrevista pra explicar a mudança na data do aniversário: "Nunca tive uma festa minha. É sempre 'hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser'." Essa ousadia e originalidade refletem sua essência.

A jornada de Rita Lee começou nos anos 60, na banda Os Mutantes, um marco do rock psicodélico e do movimento tropicalista. Sua contribuição para a música brasileira foi revolucionária, misturando rock com elementos da cultura nacional e desafiando normas estabelecidas. No entanto, a vida de Rita não foi isenta de desafios; sua saída da banda, após um rompimento conturbado com seu ex-marido, foi marcada por superação e mudança para a banda Tutti-frutti. 

A partir daí, segue em carreira solo com um ponto de virada, onde encontra o músico Roberto de Carvalho, com quem formou uma parceria musical e na vida, de um casamento com vasta discografia e linda família.

Álbuns preferidos: "Fruto Proibido", "Rita Lee", “Rita Lee e Roberto de Carvalho (todos)”, “Babilônia”, “Flagra”, “Flerte Fatal”, “Rita Lee em Bossa’n Roll” o “Acústico MTV” e “Reza” não apenas marcaram a música, mas também refletiram as experiências e emoções de uma mulher que, mesmo diante das adversidades, encontrou formas de se reinventar. Sua capacidade de transitar entre diferentes estilos, do rock à bossa nova, demonstra sua versatilidade e originalidade. Rita não era apenas uma artista; ela era uma contadora de histórias que falava sobre amor, liberdade e a busca pela autenticidade.

Além da carreira artística brilhante, Rita foi uma esposa, mãe e avó intensa, sempre cercada pelo amor da família e por sua profunda conexão com os animais. Essa faceta de sua vida a humaniza, mostrando que, por trás da estrela brilhante, havia uma mulher comum, cheia de amor e cuidado.

Faleceu, em 8 de maio de 2023, Rita Lee Jones de Carvalho, nos deixou um legado de irreverência, autenticidade e empoderamento feminino que ecoará por gerações. O título de "rainha do rock" pode soar glamouroso, mas, ela preferia ser reconhecida como, "padroeira da liberdade". Essa escolha reflete sua essência: uma mulher que sempre buscou a liberdade em suas escolhas, tanto pessoais quanto artísticas.

Portanto, ao celebrarmos o Dia Mundial do Rock, é impossível não reconhecer Rita Lee como uma figura central na história do rock brasileiro. Ela foi uma pioneira que não apenas criou música, mas também inspirou uma revolução cultural. Sua história é uma ode à superação, à ousadia e à criatividade. Para mim como grande admiradora, ela será eternamente a expressão máxima da música feminina brasileira, além da verdadeira padroeira da liberdade.

Boa leitura :)

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Rosália Borges Lucas: Mãe de Camila e Caio Lucas; Bacharel em Direito UEPB e especialista em Marketing UEPB; Vice Presidente CDL CG; Conselheira do Sebrae PB, CINEP, PBTUR, FAIN e FORNATUR. Secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba.

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