Causou embaraço à deputada estadual do Amazonas Débora Menezes a revelação de que um projeto de sua autoria foi copiado de uma propositura do deputado estadual paraibano Galego Souza (foto).
O "control c – control v” só veio à tona porque a assessoria da parlamentar esqueceu de alterar no projeto as menções ao estado da Paraíba no PL que busca reforçar a valorização dos símbolos nacionais e estaduais nas escolas públicas do estado.
No caso da amazonense, contudo, pelo menos havia algumas alterações na justificativa da propositura. Só que o projeto do deputado paraibano, por sua vez, sequer é também original.
Galego Souza, na verdade, copiou integralmente a proposta de um deputado de Mato Grosso, Elizeu Nascimento. O parlamentar da Paraíba nada alterou no texto do PL, inclusive a justificativa, exceto a troca dos nomes dos estados (não incorrendo no erro de Débora Menezes, portanto).
É possível saber quem copiou de quem pela data do protocolo dos projetos (os textos em azul são links que mostram os PLs). O de Galego Souza foi protocolado na ALPB em 02 de agosto, enquanto o de Elizeu teve seu protocolo em 09 de julho.
Só que o projeto do deputado do Mato Grosso não é nada original. Embora com edições e ajustes, a matéria tem como fonte o PL de um parlamentar da Assembleia Legislativa de Alagoas, Cabo Bebeto, que o apresentou em 25 de junho.
ATIVISMO E LEGISLATIVO COPIOU-COLOU
A utilização de boas propostas como inspiração entre legisladores não é, em si, algo condenável. O grande problema está na prática descuidada e frenética entre parlamentares de copiar e colar projetos com o objetivo de engordar números de produção legislativa.
Em todo o Brasil, deputados estaduais e vereadores copiam projetos, inclusive aqueles que sequer têm muita relevância, apenas para que pareçam mais relevantes.
E assessores de parlamentares se limitam à prática para, da mesma forma, parecer aos seus chefes mais competentes, produtivos e capazes.
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Lenildo Ferreira (Hora Agora) – Reprodução proibida