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Silas Malafaia - Imagem: Divulgação |
Em meio à intensa divulgação de detalhes das conversas levantadas pela Polícia Federal entre o pastor Silas Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro, um fato passou relevante despercebido ou foi estrategicamente ignorado pela mídia nacional.
Em determinado momento, Malafaia afirma, em mensagem de WhatsApp enviada a Bolsonaro, ter recebido a ligação de um jornalista do portal Metrópolis relatando ter sido informado de uma “discussão violenta” entre o ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA.
Nesse ponto, o pastor acusa um parente próximo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro de ser informante da imprensa. “Por estar enganado, tenho quase certeza que esse camarada aí que dizem ser irmão da Michelle que está vazando para a imprensa. Tome cuidado!”, alerta.
Malafaia não menciona o nome do irmão de Michelle. A ex-primeira-dama tem três irmãos homens: Carlos Eduardo Torres, que é fotógrafo e chegou a ser candidato a deputado; Diego Torres, que é militar e assessor do governo de São Paulo; e Yuri Daniel, de quem há poucas informações.
A mensagem foi enviada no dia 11 de julho deste ano e, segundo o relatório da Polícia Federal, Bolsonaro desmentiu ter havido qualquer confusão com o filho. A resposta do ex-presidente foi em áudio transcrito pela PF: "Não tenho discussão violenta com filho nenhum meu. Então, (incompreensível) fofoca. Querem dividir o tempo todo", teria dito.
Seja como for, apesar da negativa do ex-presidente, as conversas encontradas em seu celular com Eduardo comprovam que havia um impasse entre os dois porque Bolsonaro estava divergindo das declarações duras do filho contra o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas.
No dia 15/07, quatro dias após o alerta de Silas Malafaia, Eduardo de fato enviou mensagens xingando o pai por conta de uma entrevista na qual o ex-presidente o classificou como imaturo por conta das falas sobre Tarcísio. “VTNC SEU INGRATO DO CARALHO!”, escreveu o filho para o pai.
No dia seguinte, Eduardo se desculpou com Bolsonaro. “Desculpa. Peguei pesado. Estava puto na hora”.
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Lenildo Ferreira (Hora Agora) - Reprodução proibida