Antigamente, quando a visita se demorava e a presença excedia a paciência do dono da casa, a mitologia popular recomendava colocar a vassoura atrás da porta.
A simpatia podia até não fazer efeito mágico, mas a visita, reparando na cena, entendia o recado.
Não era, certamente, a forma mais cordata de pedir para alguém indesejado seguir adiante. Às vezes, o visitante nem era merecedor do tratamento... Mas, bem ou mal, funcionava.
Na pequena grande Campina, o prefeito Bruno Cunha Lima promoveu uma exoneração em massa em 02 de janeiro e se demorou bastante para renomear vários quadros – alguns cargos importantes, inclusive, seguem sem definição formal.
Governo novo, prefeito velho, Bruno, por razões pouco compreensíveis, decidiu não decidir em termos de algumas substituições.
Com isso, botou a vassoura atrás da porta – para todo mundo ver.
Dentre as visitas, apenas um secretário cuidou de atender ao recado e se despediu.
O tempo passa, a hora avança. Mas a vassoura de Bruno ainda está lá, paradinha e atrás da porta.
E a porta segue aberta...
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Lenildo Ferreira