Defesa afirma que policiais suspeitos preferem permanecer presos a usar tornozeleira eletrônica


O advogado Luiz Pereira, que representa seis policiais militares investigados por participação em chacina em Conde (PB), declarou nesta quarta-feira (10) que seus clientes preferem continuar presos do que aceitar a imposição de tornozeleira eletrônica.

De acordo com a defesa, embora respeitem a decisão da juíza — que determinou o uso da tornozeleira, entre outras medidas cautelares —, os policiais consideram essas medidas como uma forma de preservar a integridade da investigação, mas também consideram que a tornozeleira representa uma “igualação” aos suspeitos de crimes comuns.  

“Se for para usar a tornozeleira para garantir que essas circunstâncias da investigação sejam mantidas, eles preferem ficar presos.”  

Segundo Pereira, a tornozeleira seria um fator estigmatizante, que diminuiria o “valor moral” dos agentes perante a sociedade, por associá-los aos indivíduos contra os quais atuam. A defesa também recorda que entre os indivíduos que trocaram tiros com os policiais haveria uma pessoa já utilizando esse tipo de equipamento.  

A decisão da Justiça, atendendo a pedido do Ministério Público da Paraíba, concedeu liberdade aos policiais, mas impôs diversas cautelares, entre as quais: uso de tornozeleira eletrônica; afastamento do serviço operacional; proibição de contato com testemunhas, vítimas e demais investigados; limitação de deslocamento; recolhimento domiciliar no horário noturno e obrigações de comparecimento em juízo mensal.  

O caso se refere à operação “Arcus Pontis”, realizada em investigação de chacina ocorrida em 15 de fevereiro em Conde, em que cinco pessoas foram mortas. Na ação, foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra os seis policiais.  

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