Felizes os que têm fome e sede de justiça - Por Waltair Pacheco de Brito Jr.


A Bíblia Sagrada registra em uma de suas páginas o que é conhecido no mundo cristão pelas bem-aventuranças ou a felicidade do ser na vivência de alguns requisitos na vida cotidiana.

Dentre estes está o de que o homem é feliz quando tem fome e sede de justiça.

Aparentemente é uma ideia simples, um conceito fácil de ser vivido, experimentado, a final de contas quem não quer justiça?

Entretanto, quando analisamos o contexto das Palavras de Jesus instruindo os discípulos a um código de ética e padrão de conduta percebemos de forma clara que este confronta veementemente aquilo que os homens têm em sua maioria como prática de justiça, principalmente nos dias atuais.

Fome e sede de justiça não é tão somente a ideia, um sentimento que o homem tem e que o impede de pensar em errar e ou cometer na prática erros, não é um estado de acomodação e ou inercia anti os acontecimentos da vida que o faz passivo, isto é sem ação prática, efetiva de agir com justiça.

O texto bíblico deixa claro que esta justiça deve ser buscada de forma intelectual, isto é, no âmago da alma como necessidade fundamental e praticada com intensidade pois ela é retratada pelo anseio do homem em desejar suprir duas de suas maiores necessidades biológicas, fome e sede.

É o desejo ardente pela verdade e igualdade o que significa dizer, buscar a solução das coisas onde a verdade seja o instrumento, a ferramenta de trabalho sobrepondo a injustiça e a justa forma de agir de modo que não haja desequilíbrio nas ações, mas igualdade nas resoluções.

Este requisito aponta para a busca de um padrão correto, bem ajustado para as ações que se fazem necessárias a aplicação, um caráter moralmente bom, reto para o julgamento destas e um desejo profundo de se vivenciar os princípios norteadores de Deus para o comportamento humano.

Esta fome e sede de justiça nos fala claramente que não diz respeito a um gesto de momento, uma ação única diante de um fato, mas uma condição dinâmica de estar, de viver assim como a fome e a sede que se manifestam em ações contínuas e incessantes à vida.

Entretanto, quando se olha para o cenário em geral, o mundo que se vive atualmente, a vida prática de pessoas com quem se convive, a história de tantas outras com quem não se relaciona, apenas se sabe a vivência destas, e até mesmo a dita justiça, mostram uma realidade diferente.

Grosso modo pode se dizer que todos querem justiça, até mesmo aqueles que vivem pendurado pelas garras desta, e embora pareça uma coisa sem sentido, desconexa, não há como não enxergar ou negar que um sentimento de justiça faça parte, esteja presente também na vida destas pessoas.

Mas a pergunta é: Qual justiça se busca, o que estes entendem por justiça?

É inegável o fato de que o Brasil vive um sentimento de justiça por parte de muitos, mas não, a justa e reta justiça, não, a justiça da qual Jesus disse que seríamos felizes se tivéssemos fome e sede dela, não, a justiça que busca a igualdade e a verdade como fundamento para se obter o justo resultado.

Uma justiça que busca satisfazer os anseios desejos, caprichos, interesses pessoais de quem está a julgar ou mesmo de pessoas e ou grupos interessados em resultados parcializados para satisfazê-los em detrimento à verdade, o direito, o processo legal, não é a justiça que se deve ter fome e sede.

Isto não é justiça.

Não é a justiça que lhes farão fartos, saciados para serem felizes, não, com certeza a burrinha da felicidade não vai parar na porta da casa destes, mas a burrinha da infelicidade lhes será uma realidade as suas portas amanhã lhes causando tristeza profunda, porque não sendo a justiça ensinada por Cristo, torna-se injustiça e esta é castigada com a ira de Deus.

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