Veja o quadro sintético das acusações e supostas provas apontadas pelo Ministério Público Eleitoral contra a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, e outros nove réus apontados como integrantes de uma organização criminosa no âmbito da Operação Território Livre. Nesta terça-feira, a Justiça aceitou a denúncia, tornando Lauremília e outros nove réus.
Ao aceitar a denúncia e tornar um investigado réu, a Justiça se posiciona no sentido de que o magistrado avaliou a acusação apresentada pelo MP contra a pessoa e concluiu que havia elementos mínimos para iniciar um processo criminal. O recebimento da denúncia pela Justiça, contudo, não significa qualquer juízo definitivo, o que só ocorrerá após todo o trâmite processual.
1. Maria Lauremília Assis de Lucena
Acusação do MP:
* Exercia função de controle na ORCRIM, coordenando nomeações para cargos públicos.
* Interlocutora central entre administração municipal e facção criminosa.
* Garantia nomeações em troca de apoio eleitoral para o marido, Cícero Lucena.
* Tinha ciência do controle territorial violento da facção.
Supostas provas:
* Conversas de WhatsApp com Raíssa, Kaline e Jonathan.
* Áudio de Jonathan detalhando estrutura da facção no Bairro São José.
* Mensagens de “Poeta” com cobranças.
* Depoimento de Raíssa confirmando sua ciência da disputa política.
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2. Tereza Cristina Barbosa Albuquerque
Acusação do MP:
* Interlocutora e secretária de Lauremília.
* Recebia pedidos da facção (via Raíssa e outros) e repassava para Lauremília.
* Acompanhava trâmite das contratações fraudulentas.
Supostas provas:
* Conversas no WhatsApp com Raíssa tratando de nomeações e substituições de cargos para familiares de faccionados.
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3. Raíssa Gomes Lacerda Rodrigues de Aquino
Acusação do MP:
* Beneficiária e coordenadora do esquema.
* Usava o cargo de vereadora para negociar com a facção “Nova Okaida” o controle de territórios (São José e Alto do Mateus).
* Intermediava nomeações em troca de apoio eleitoral para si e para o prefeito.
* Praticava “rachadinha”.
Supostas provas:
* Conversas de WhatsApp com Lauremília, Kaline, Pollyanna e Tereza Cristina.
* Depoimento na PF confirmando relações com a facção.
* R\$ 36.150,00 em espécie apreendidos em sua residência.
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4. Kaline Neres do Nascimento Rodrigues
Acusação do MP:
* Interlocutora principal e executora no Alto do Mateus.
* Negociava com David Sena (“Cabeça”) a troca de apoio eleitoral por dinheiro e vantagens.
* Agia com ciência e aval de Lauremília.
Supostas provas:
* Conversas no WhatsApp com Raíssa e Lauremília.
* Áudios trocados com “Cabeça”.
* Vídeo gravado com “Cabeça” declarando apoio à chapa.
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5. Keny Rogeus Gomes da Silva (“Poeta”)
Acusação do MP:
* Líder da facção “Nova Okaida” no Bairro São José.
* Comandava ações de coação e intimidação de adversários.
* Exigia cargos e vantagens em troca de apoio eleitoral.
* Usava sua esposa Pollyanna como executora fora da prisão.
Supostas provas:
* Mensagens e áudios enviados de dentro do presídio por intermédio de Pollyanna e Taciana.
* Depoimento de Raíssa afirmando que todos temiam “Poeta”.
* Conversas de Pollyanna com advogado e Taciana confirmando atuação dele.
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6. Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos
Acusação do MP:
* Executora das ordens de “Poeta”.
* Pressionava agentes públicos para nomear familiares.
* Participava de reuniões com Lauremília e Jonathan.
* Atuava para impedir campanha de adversários.
Supostas provas:
* Conversas de WhatsApp com Raíssa.
* Carta escrita a Lauremília encontrada na casa de Taciana.
* Diálogos com advogado admitindo o controle territorial de “Poeta”.
* Áudios com Taciana sobre coação e compra de votos.
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7. Taciana Batista do Nascimento
Acusação do MP:
* “Testa de ferro” de Pollyanna e “Poeta”.
* Presidente da ONG “Ateliê da Vida”, usada para dissimular valores ilícitos.
* Participava de discussões sobre coação e controle territorial.
Provas:
* Caderno/agenda com carta de Pollyanna.
* Áudios e mensagens trocados com Pollyanna repassando ordens de “Poeta”.
* Ocultação de celular durante busca e apreensão.
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8. David Sena de Oliveira (“Cabeça”)
Acusação do MP:
* Gerente da “Nova Okaida” no Alto do Mateus.
* Negociava com Kaline apoio eleitoral em troca de dinheiro.
* Usava a força para impedir campanhas de adversários.
Supostas provas:
* Áudios trocados com Kaline acertando acordo ilícito.
* Vídeo declarando apoio a Raíssa e Cícero e controle da “Beira da Linha”.
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9. Josevaldo Gomes da Silva
Acusação do MP:
* Elo entre facção e gestão municipal.
* Usava cargo de Conselheiro Tutelar para proteger faccionados.
* Intermediava contratações e gratificações com Lauremília.
Supostas provas:
* Conversas no WhatsApp com secretário Guido Lemos.
* Diálogos com líderes da facção sobre repasse de valores.
* Nomeações de parentes comprovadas em cargos públicos.
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10. Jonathan Dario da Silva
Acusação do MP:
* Articulador entre Lauremília e lideranças da facção.
* Organizou reuniões entre a primeira-dama e esposas de chefes da facção.
* Repassava demandas e ameaças do grupo criminoso.
Supostas provas:
* Conversas no WhatsApp com Lauremília.
* Áudios detalhando estrutura de comando da facção no Bairro São José.
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Lenildo Ferreira (Hora Agora) - Reprodução proibida
