O setor de panificação em Campina Grande passa por momentos de dificuldade gerados principalmente pela escassez de mão de obra qualificada e pela alta carga tributária.
Afonso Luis de Melo, presidente da Associação dos Industriais de Panificação, Confeitaria e Massas do Estado da Paraíba (Aspanep-PB), aponta que o momento é de "crise geral" sentida em todo o Brasil, mas que se intensifica com a dificuldade de manter profissionais.
A principal razão para a escassez de pessoal qualificado é dupla: muitos panificadores deixaram a função para abrir seus próprios pequenos negócios, atuando como empresários, enquanto que uma outra considerável leva de profissionais migraram de Campina Grande para regiões onde os salários oferecidos são mais altos. Essa perda de talentos compromete a capacidade operacional das padarias locais.
Além da dificuldade em recursos humanos, o setor tem sido impactado frontalmente pela questão fiscal. Segundo Afonso, o imposto atual praticado pelo Governo Federal está "muito mais alto do que os anteriores", dificultando as operações de toda a cadeia produtiva — que inclui não apenas os panificadores, mas também comerciantes e industriais.
O resultado dessa combinação de fatores é a diminuição da produção. Com menos profissionais e custos mais altos, o preço final dos produtos tende a encarecer, afetando o poder aquisitivo do consumidor e a diminuição do fluxo de clientes nas padarias espalhadas pela cidade.
"Não era difícil encontrar padarias com fila, hoje você não acha mais uma padaria com fila. Quase sempre o balconista está esperando o cliente", afirmou Afonso.
Pedro Pereira – Hora Agora (reprodução proibida)