ADUEPB vê proposta de retroativos apresentada pela Reitoria como 'desserviço'; greve segue sem previsão de término

Greve dos professores da UEPB já dura mais de 40 dias (Foto: Divulgação)

O impasse na greve dos docentes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que já se estende por mais de 40 dias, ganhou um novo capítulo de tensão nessa terça-feira (4) com uma proposta apresentada pela Reitoria da instituição para tentar pôr fim ao movimento grevista. A ação, de acordo com a presidente do Sindicato dos Docentes da UEPB (ADUEPB), Elizabete Vale, foi vista como um "desserviço ao movimento dos professores" por desconsiderar a necessidade de uma negociação que inclua diretamente a categoria.

Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da Rádio Campina FM, Elizabete foi enfática ao criticar a condução das conversas que se dão apenas entre a Reitoria e o Governo: "Quem está em greve são os professores, não a Reitoria. Portanto, não existe acordo sem passar pela categoria." O apelo central do movimento é pela instalação imediata de uma mesa de negociação tripartite, reunindo Governo, Reitoria e o movimento sindical, pois, segundo ela, a categoria não aceita ser "tutelada nem pelo governo nem pelo Reitoria".

A proposta específica apresentada ontem buscando encerrar a paralisação envolve um deságio de 40% dos valores retroativos devidos aos docentes, com o pagamento do restante sendo parcelado em 24 meses. A oferta não é muito diferente da apresentada anteriormente pelo Governo, que propôs um deságio idêntico de 40%, mas com um parcelamento mais longo, em 30 vezes.

"Não se resolve uma pauta de greve extensa com nota de reitoria e nota de governo. Cadê esse diálogo que deixa de fora a categoria? Não existe saída para greve da categoria docente com a ausência na mesa da representação dessa categoria," ressaltou Vale.

A reitora Célia Regina enfrenta pressão dupla: os professores exigem a inclusão na mesa de negociação para discutir a pauta financeira, enquanto os alunos cobram uma resolução urgente para evitar um colapso no cronograma de aulas, expondo uma gestão de crise criticada por sua falta de diálogo efetivo com as bases da comunidade universitária. A greve, enquanto isso, segue sem data para acabar. 

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