University of Florida (Estados Unidos); Texas State University (Estados Unidos); University of Groningen (Holanda); Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP), também da UFMG.
Eu já estaria bem satisfeito se tivesse a oportunidade de pesquisar/estudar dados da segurança pública nesses locais citados acima. Mais do que gratificante (para quem gosta, claro), é necessário que pesquisadores do assunto tenham acesso ao máximo de informações possível sobre aquilo que busca saber. Isso vale para vacinas que salvam vidas ou para fritura de um pastel (isso mesmo, muita gente enriquece descobrindo ‘o ponto’ da massa do pastel).
Os locais que mencionei no início do texto é o que eu pude resumir do [extenso] currículo da professora Doutora Ludmila Ribeiro. São centros de estudos por onde ela passa para pesquisar, dar aulas ou ministrar palestras.
Eu já disse à minha esposa que, quando nós formos a Paris (acho que um dia eu consigo), serão três horas dedicadas à Torre Eiffel e três semanas perambulando por delegacias e prisões da França. Se ela não achar graça nisso, então que me espere debaixo daquela montanha de ferro sem graça.
Doutora Ludmila direciona sua formação acadêmica aos assuntos da segurança pública. No nosso linguajar nordestinês, ela “fuça o Brasil de cabo a rabo” com uma lupa que revela os cenários criminológicos de cada região deste país. Sim, por óbvio, Ludmila não tem habilidade para abordar um transeunte em situação suspeita na rua e mandar o sujeito botar as mãos na cabeça. Isso fica para a polícia e, nessas horas, quem manja o profissional da área mesmo.
Mas não se engane: numa roda de debates onde as discussões sejam manchas criminais, causas e consequências da violência, a pesquisadora deixa muito policial no chinelo. E eu não digo isso com alegria.
NA PARAÍBA
Nessa segunda semana de dezembro/2025, A Academia de Ensino da Polícia Civil (Acadepol) trouxe Ludmila Ribeiro para ministrar uma palestra aos alunos do curso de formação policial. A grande aula está na internet para quem quiser conferir o que certamente a maioria dos paraibanos não tem conhecimento:
“Daqui a alguns anos, eu digo para vocês com muita convicção que a Paraíba vai ser o único estado do Brasil que terá um banco de dados que vai possibilitar as análises que hoje só são feitas nos Estados Unidos e na Europa”.
Em outras palavras, Europa e Estados Unidos alimentam banco de dados que produzem duas serventias principais: elucidar crimes e propor políticas públicas para a prevenção de novos crimes. E no Brasil, por enquanto, nenhum estado conseguiu chegar a esse ponto.
A Paraíba, porém – segundo as projeções de Ludmila Ribeiro –, será a primeira unidade federativa do Brasil a bater essa meta, porque a PCPB já está abrindo os caminhos para isso. Graças a um trabalho que é fomentado escondido e silenciosamente dentro de uma das salas daquele prédio bonito em frente ao Restaurante Mangai, em João Pessoa, cujas reformas foram/são motivo de críticas [?]. É a belezura de fora ofuscando a eficiência de dentro...
MEUS RASTROS PARA A HISTÓRIA
No dia 23 de fevereiro de 2025, eu publiquei um texto em meu blog sob o titulo “MURDER ACCOUNTABILITY: Números dos Estados Unidos e a Polícia Civil da Paraíba”. Resumindo, é uma comparação dos índices de elucidação de homicídios na PB e nos EUA.
Certamente, alguém pode ter achado o conteúdo da publicação exageros de minha parte. Mas dez meses depois, uma doutora/professora/pesquisadora de Minas Gerais que roda o mundo veio, sem querer, massagear meu ego e dizer que sim, a PCPB é referência para o país.
“Só existe isso na Paraíba”, enfatizou Ludmila.
Aguardem. Quando eu voltar da França, trarei novidades.
---------
Saulo Nunes é jornalista, escritor e policial civil
