A quatro meses da eleição, "direita" ainda não descobriu que Campina existe


Por Lenildo Ferreira

Para começar, as aspas do título têm razão essencial: falar em direita na Paraíba é, quase que regra geral, um exercício de menção a oportunismo político.

Boa parte das figuras que hoje aparecem como protagonistas da direita e do bolsonarismo eram até bem pouco tempo atrás alinhadas ao lulopetismo.

Mas, seja como for, direita “raiz ou Nutella”, eis uma faixa do amálgama político paraibano que ainda trata Campina Grande como se a cidade fosse politicamente irrelevante.

Não é por acaso que até esse momento, a pouco mais de apenas quatro meses do primeiro turno das eleições, os nomes postos como prováveis candidatos direitistas efetivamente não assumiram uma pré-campanha no segundo maior colégio eleitoral da Paraíba.

Que estratégia é essa? Que lógica é essa? Que desprezo é esse?

O PL não existe em Campina Grande. O projeto político da legenda não se deu ao trabalho de construir um grupo na cidade. Não por acaso, simplesmente não contam com um nome sequer razoável para indicar a vice.

Do lado do PRTB, que até agora só tem um nome para o Senado, o problema é o mesmo. A ficção e a fixação é somente João Pessoa.

Aliás, em ambos os casos, a atenção destinada a Campina Grande é no máximo parecida com o tratamento dispensado a colégios bem menores da Paraíba.

Não é uma questão de perspectiva. Qualquer que seja o ângulo do observador, os fatos são implacáveis: que os pré-candidatos de direita ao Governo do Estado ou Senado mostrem suas agendas e indiquem seus aliados na cidade.

Praticamente não há. Até agora, Campina Grande não é segundo plano; é fora dos planos.

E aí fica a pergunta inevitável: se na pré-campanha o tratamento é esse, como será após a eleição?

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