Braiscompany chega à mídia nacional, que fala em “rombo” de R$ 600 milhões e fraude


Como era esperado, a crise que envolve a empresa com sede em Campina Grande Braiscompany já chegou à pauta da imprensa nacional. Nesta terça-feira, 07, o Jornal O Globo estampou manchete sobre o caso, com o título “Investidor de bitcoins tira site do ar e é acusado de dar calote de R$ 600 milhões".

De acordo com o texto, assinado por Chico Otávio, da redação do Rio de Janeiro, o empreendimento de Antônio Inácio da Silva Neto tinha uma carteira de cerca de 10 mil investidores. O jornal destaca que “quando os atrasos nos rendimentos prometidos aos clientes, iniciados em dezembro, se generalizaram, Antônio Neto retirou do ar o sistema de pagamento e saiu do circuito”.

A reportagem de O Globo compara o caso a esquemas de pirâmide que já ruíram no país. “O padrão de Antônio Neto é o mesmo: um discurso refinado, que renega o sistema tradicional, uma oferta de rendimentos fabulosos e um padrão de vida milionária exibido nas redes sociais, dando a entender que o cliente também pode chegar lá”, diz. 

“O trader, que gosta de circular ao lado de artistas e jogadores famosos, atrai a clientela pregando uma saída “para os que querem se libertar do sistema financeiro”, prossegue a matéria, ilustrada por uma foto de Antônio ao lado do ex-pugilista Popó.

Com falas de advogados, o jornal acusa o empresário de fraudar documentos. “O advogado Artêmio Picanço, que representa 30 clientes cujos créditos somam R$ 10 milhões, disse que, ao pesquisar a filial da BraisCompany, aberta em Londres, descobriu que os documentos foram fraudados”, diz trecho da reportagem. 

“Na prática, segundo ele, a empresa não existe. O advogado afirmou que, ao abrir a plataforma criada por Antônio Neto para efetuar o pagamento dos rendimentos, a única informação disponível é de que a página está ‘em manutenção’”, prossegue.

INVESTIGAÇÃO PELO MP

Nesta terça-feira, também tornou-se pública a informação de que o promotor de Justiça de Campina Grande e diretor-regional do MP-Procon, Sócrates da Costa Agra, está apurando denúncias de alguns investidores que não estariam recebendo as remunerações acordadas em contratos com a empresa Braiscompany.  

O procedimento foi instaurado no último dia 26, tendo o representante do Ministério Público da Paraíba tomando as providências extrajudiciais com vistas à conciliação, inclusive, com a designação de audiência na última quinta-feira (2), à qual a Braiscompany não compareceu.

SEM ACUSAÇÃO

Apesar do ambiente pesado contra Antônio Neto e sua esposa, Fabrícia, fundadores da Braiscompany, e apesar de o jornal O Globo afirmar que o empresário estaria sendo “acusado” de golpes, formalmente ainda não existe acusação formulada pelo Ministério Público, mas somente da parte de advogados de clientes. O número de processos, contudo, vem crescendo.  

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