"FEMINICÍDIO: João Pessoa é mais segura do que Lisboa/Portugal?" - Por Saulo Nunes


Antes de mais nada, preste atenção: os números que seguem podem ser conferidos por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Eles foram consultados no site da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), de Portugal, país apontado como o 4º mais seguro do mundo, conforme disseminado por diversas publicações na web.

Pois bem. De acordo com relatório da UMAR, Portugal registrou 28 casos de feminicídio no ano 2019. Desse total, oito foram em Lisboa, que é a capital daquele 4º país mais seguro do planeta.

E por que eu estou citando Lisboa nessa história? Porque Lisboa – capital do 4º país mais seguro do mundo – possui cerca de 505 mil habitantes, enquanto que João Pessoa, capital da Paraíba, tem quase 820 mil.

O fato é que naquele mesmo ano de 2019, a capital paraibana registrou cinco – CINCO! – casos de feminicídio. Comparando-se a população das duas capitais – a de Lisboa e a de João Pessoa –, constata-se claramente que a nossa Jampa é bem mais segura do que a capital do 4º país mais seguro do mundo, no quesito ‘feminicídio’.

Procurei, mas não encontrei dados sobre feminicídios em Lisboa referentes aos anos 2021 e 2022. Já em João Pessoa, todo o ano de 2021 registrou ‘apenas’ UM registro, e de janeiro a outubro de 2022 (a estatística não foi concluída ainda) foram computados três feminicídios na capital paraibana.

Achou esquisito? Ora, eu estou apenas fazendo o que a ONU faz: comparar a população de cada país (ou estado, ou região, ou município, etc.) com seus registros de homicídio/feminicídio, para se chegar a um patamar de violência em cada lugar.

Como a pauta da ‘violência de gênero’ é tema constante na mídia, por vezes alimenta-se a impressão de que a Paraíba estaria numa situação degradante. Os números, porém, revelam exatamente o contrário: a capital paraibana é menos violenta do que a capital do 4º país mais seguro da Terra. Quem diria, hein...

LEMBRETE

Conforme exaustivamente mencionado, estamos tratando de ‘feminicídio’. Quando o assunto parte para os crimes de homicídio, aí o cenário muda completamente.

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Saulo Nunes é formado em Comunicação Social pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Ingressou via concurso público no sistema penitenciário do estado em 2009, onde permaneceu como policial penal até o ano de 2015. A partir daí, também após aprovação em concurso, passou a trabalhar como Investigador da Polícia Civil. É autor de Monte Santo: A casa de detenção de Campina Grande 

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