Que lealdade infinita e unilateral é essa que a família Cunha Lima exige de Romero?

Por Lenildo Ferreira

Do pouco contato que tive, sempre considerei Ronaldo Cunha Lima Filho uma figura do tipo gente boa. Quando vice-prefeito, mostrava-se de bom trato e cumpriu seu mister.

Inteligente e arguto, porém, Ronaldo peca por uma coisa ou outra: ceder ao mero familismo e as conveniências pessoais do poder ou aceitar ser chamado ao governo somente para tentar estancar uma crise que já desgastava o parente-prefeito no próprio seio familiar. Qualquer das hipóteses é lamentável.

Ronaldinho, em entrevista nesta quinta-feira, mostrou claramente que nem vive em Campina e tampouco vive Campina ao exaltar a suposta multidão de obras do governo Bruno, mas esquecendo que a gestão vai para o último ano e só agora começa a indicar o início de tais ações.

Esse é o primeiro ponto.

O outro, que chama a atenção, é Ronaldo evocar a eterna exigência dos Cunha Lima a uma lealdade total, plena e unilateral de Romero Rodrigues às imposições da família, uma intimação que se repete a cada véspera de eleição.

Pior, faz mal à imagem de Romero porque fidelidade nos termos exigidos é, na verdade, subserviência. 

Conforme ponderado em outro artigo, Bruno ignorou Romero desde passada a eleição de 2020. Não deu andamento às obras que o antecessor deixou encaminhadas. 

Uniu-se a adversários de Romero sem pedir a opinião do aliado. Sem falar nas agruras que Romero enfrentou no pleito de 2022. Mas é exigido que Romero seja leal. 

Na senda das hipóteses quanto a esse posicionamento de Ronaldinho, resta o questionamento se ele percebe com clareza por que foi convocado somente agora pelo primo. 

Agora, quando o desgaste sem precedentes da gestão já repercute no núcleo cunhalimista, que vê o legado da família em Campina ser atingido pela problemática condução de Bruno.

Em resposta, o prefeito convoca Ronaldinho para tentar aplacar as preocupações do núcleo familiar. Apenas e tão somente por isso.

Todo mundo percebe. Resta saber se Ronaldinho também percebe. 

E se, percebendo, aceita o papel de ser secretário de Cultura  para defender a velha cultura de que um governo é bom apenas pelo sobrenome que carrega. 

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