40 anos da Fundação Parque Tecnológico e o “China Office” - A coluna de Alexandre Moura


Por Alexandre MOURA (*)

40 anos da Fundação Parque Tecnológico e o “China Office”

Como escrevi em uma coluna passada, a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTc) completa 40 anos em dezembro, e ao longo deste ano vou procurar trazer neste espaço, informações sobre algumas ações/iniciativas interessantes, do PaqTc neste período de tempo. O “tema” de hoje é o “China Office”. Como o nome sugere, o “Escritório da China” foi uma ação do “CGSoft - Núcleo Softex de Campina Grande”, criado (em 1992) e mantido pela Fundação Parque Tecnológico, sendo o segundo “Núcleo” instalado no país, do então “Programa Softex 2000” (de incentivo a exportação de software). Em 1996, por inciativa do CGSoft/PaqTc, com o apoio do CNPq, do “antigo” MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia, do SEBRAE e da FINEP, abriu uma operação na China em parceria com o MOST (Ministério de Ciência e Tecnologia da China), na capital Beijing (Peking), tendo como Diretor o Prof. Dr. Telmo Araújo (falecido em 2007). O “China Office”, como ficou conhecido no Brasil, operou no período 1996-2000.

40 anos da Fundação Parque Tecnológico e o “China Office” (II)

Durante sua existência (cinco anos), o China Office proporcionou a cerca de 120 empresas brasileiras de TI (Tecnologia da Informação), a oportunidade de ter seus produtos e serviços, apresentados as empresas da Ásia. Foram realizadas diversas ações visando a comercialização de soluções/produtos no mercado local, destacando-se: 3 Rodadas de Negócios (Edições), denominadas de ASBM – Asia Software Brazilian Meeting (“Encontro Asiático do Software Brasileiro”, em uma tradução livre); Participação de empresas brasileiras de TI  com estandes, em 4 feiras internacionais na China e 1 em Cingapura; 15 missões técnicas/comerciais de empresas à China (em média 10 empresas por missão); Edição de Boletim Informativo sobre o mercado chinês para empresas brasileiras; e Publicação de vários Catálogos em Mandarim (idioma oficial da China) com a sinopse de 90 produtos/serviços de software voltados ao agronegócio. Outro resultado do trabalho do China Office, foi a instalação em Campina Grande, do “TecOut Center” – “Centro de Internacionalização de Software”, com o apoio Sociedade Softex e da FINEP. O modelo de negócios do TecOut serviu de referência para instalação, na cidade chinesa de Zhaoqing, de uma instituição similar pelo governo local.

A “Supermente Chinesa” 

Segundo matéria da revista americana Newsweek, a China está desenvolvendo uma “Plataforma Tecnológica de Inteligência de Dados”, utilizando sistemas de IA (Inteligência Artificial), com o objetivo de “rastrear informações geradas por milhões de cientistas e pesquisadores, em nível mundial”. O objetivo é “extrair/obter tecnologias inovadoras para sua indústria”. Denominada de “Supermind" (Supermente) pelo jornal chinês “Shenzhen Special Zone Daily “, a Plataforma utiliza “sofisticados sistemas de IA e está em implantação num novo centro de “Informação e Inteligência” que começou a funcionar no ano passado, dentro do Centro Tecnológico de Shenzhen, cidade do sul da China. A cidade é famosa como centro Inovação e de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) abrigando marcas globais de tecnologia como Huawei, ZTE e Tencent. Com investimentos de cerca de R$ 1,4 bilhão, com a maior parte “bancada” pelo governo de Shenzhen, o projeto visa “vencer a competição tecnológica global com os Estados Unidos, até o ano de 2049”.

A “Supermente Chinesa” (II)

A ideia da “Plataforma Supermente” é construir “uma base de dados” do tipo “Who is Who” (“Quem é Quem’”) em diferentes áreas do conhecimento humano. Para analistas e especialistas em tecnologia, “vencer a corrida pelas tecnologias que estão mudando o mundo, como a IA, a Computação Quântica e os Semicondutores, pode/poderá definir o futuro do equilíbrio do poder internacional”. A Supermente vem sendo considerada a “peça central do ITIC (Centro Internacional de Informação sobre Ciência e Tecnologia) de Shenzhen” e pretende disponibilizar na base de dados, “300 milhões de artigos de pesquisa científica e tecnológica globais e 120 milhões de patentes, além de informações sobre 130 milhões de pesquisadores/cientistas em praticamente, todos os países”. Inicialmente, o foco será “na identificação de talentos e na coleta de informações em oito áreas principais: Células e Genes; Biologia Sintética; Computação Blockchain, Tecnologia Espacial, Ciência do Cérebro e Inteligência Semelhante ao Cérebro; Terra Profunda e Mar Profundo; Comunicações Ópticas; e Física Quântica. Vale destacar que este tipo de Plataforma se torna factível (ou “mais fácil” de implementar) graças a IA que “permite coletar e classificar, um imenso volume de informações”. 

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Engenheiro Eletrônico, MBAs em e Comércio Eletrônico e Software Business, pela N.S. University (Estados Unidos), acionista da Light Infocon Tecnologia S/A, Diretor da LightBase Software Público Ltda, Conselheiro-Titular do SEBRAE-PB, VP da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP.


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