Fábio Ramalho: entre um grande papel e um papelão


Por Lenildo Ferreira

Duas frentes têm marcado a atuação política do deputado estadual Fábio Ramalho, do PSDB, desde que deixou a tranquilidade da Prefeitura de Lagoa Seca para buscar seu lugar ao sol no disputado ambiente da política tabajarina.

Primeiro, seu esforço hercúleo para tentar juntar os cacos da relação entre o prefeito Bruno Cunha Lima e o deputado federal Romero Rodrigues. Segundo, sua chegada à presidência do PSDB estadual.

Quanto aos esforços de Fábio para pacificar o impasse em Campina, as tentativas pareciam de início representar uma iniciativa plausível e natural, até mesmo implicando uma conduta destoante do clima geral, este mais voltado a colocar lenha na fogueira.

Caso tivesse êxito e conseguisse restabelecer a convivência entre Romero e Bruno, Ramalho sairia da história mais forte. Se, todavia, não desse certo, ele teria feito sua parte, além de ocupar um espaço distinto nos debates e ficar sem qualquer prejuízo quanto ao resultado.

Porém, o tom das intervenções do deputado estadual foi passando do gesto típico de buscar por panos quentes numa briga para uma algaravia forçada demais, uma negação muito exagerada.

Ao invés de crescer enquanto líder, a linha adotada por Fábio foi deixando sua participação no processo caricatural. Ficou feio.

Já no que tange ao PSDB, se a decisão de Pedro Cunha Lima de entregar a presidência estadual ao noviço deputado causou certa surpresa de início, tendo em vista que muitos esperavam que um tucano de plumagem mais vasta no ninho assumisse a direção, a impressão logo mudaria.

E mudaria desfavoravelmente a Fábio. Isso porque o que tem se visto é que Ramalho pode ser o presidente, mas Pedro continua sendo o comandante do PSDB. É só olhar todas as últimas reuniões e declarações referentes aos rumos do partido no estado. 

Muito raramente se verá Ramalho como a voz peessedebista. Pedro continua dando o tom e o mote, como tucano que não larga o osso. Na prática, soa como se o ex-deputado-federal tivesse delegado ao parlamentar estadual a direção administrativa da legenda, mantendo a liderança política.   

Iniciando uma carreira estadual, Fábio Ramalho precisa ficar muito atento. Afinal, como pacificador de conflitos ou presidente de partido, ele se vê numa linha muito tênue entre o protagonismo relevante e a exposição constrangedora. 

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