Se no Brasil as CPIs acabam em pizza, em Campina Grande elas sequer vão para o forno


Por Lenildo Ferreira

A mentalidade popular costuma dizer que as CPIs no Brasil terminam em pizza. Campina Grande, inovadora demais, tem um processo diferente. Aqui, CPI não tem como virar pizza no final porque as comissões não têm nem início. Hoje, 15/05, faz dois meses que requerimentos assinados por número mais que suficiente de vereadores dormem nas gavetas da presidência. 

Desde então, parte do grupo que subscreveu os documentos volta e meia cobra a instalação das CPIs e até ameaça ir à Justiça para que haja andamento. A mesa diretora, por seu turno, promete analisar a matéria sempre nos próximos dias. E, todavia, nem os requerimentos vão para a frente, nem são arquivados, nem a Justiça é acionada. 

Do dia em que a oposição protocolou os pedidos até hoje, muitos foram os debates quentes no legislativo, desde a revogação da autorização para financiamento a ser contraído pelo Município junto ao Fonplata até a aprovação de aumento dos salários dos vereadores, passando pela publicação da lei que inclui os recursos para emendas impositivas no orçamento. 

Vitórias para os vereadores, de todas as bancadas. Mas as CPIs, que prometiam investigar supostos indícios, ditos graves, de irregularidades na licitação do programa Saúde de Verdade e nos dados fiscais encaminhados pelo governo ao Tribunal de Contas, sumiram da pauta. Parece haver uma expectativa de que o tempo passe e o assunto morra. Que seja esquecido pela imprensa e a população. 

Independente do mérito quanto às matérias a serem investigadas, se nada havia a ser apurado, por que protocolar duas CPIs com tanto estardalhaço? E se havia, por que a suposta gravidade dos ditos indícios deixou de ser importante? Assim, do nada? 

São perguntas que exigem respostas. E colocam os vereadores da cidade sob o julgamento da opinião pública.  

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