2024-2025 | Os meses de junho e as ações de impacto da Polícia Civil na Paraíba; bora ver? - Por Saulo Nunes


Nem só de forró vive Campina Grande no mês de junho. A cidade vira ‘destaque nacional’ também com ações da Polícia Civil, devido ao impacto das operações policiais que, quando bem analisadas, evitam sérios problemas de violência na cidade (e fora dela). Como mostram as linhas a seguir, o mês junino na terra d’O Maior São João do Mundo tem sentido o tom da ‘batida’ que ecoa da PCPB.

Em junho de 2024, Campina (ou até mesmo outra cidade do estado ou do Nordeste) poderia ter sido palco de outro tipo de explosão – que não a dos foguetões –, não fosse a apreensão de mais de 100 artefatos explosivos feita pela Polícia Civil. O material capaz de detonar dezenas de caixas eletrônicos foi apreendido por equipes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), com o apoio fundamental da Unintelpol/PCPB. 

A carga explosiva foi encontrada em Galante, distrito de Campina Grande para aonde se estende parte dos festejos dessa época tão movimentada. Foi a maior apreensão de dinamites do ano (2024) e, se a Google não for sacana comigo, de lá para cá não houve outra que a suplantasse no estado. 

A ‘bomba’ de 2025

Estamos em junho de 2025. Nessa quinta-feira, dia 26, a Polícia Civil tirou do poder de criminosos um fuzil calibre .50, arma capaz de derrubar aeronaves. Sua ‘utilidade’, no entanto, tem sido mais voltada para atacar carros-fortes, já que a força do calibre perfura o blindado com a leveza de uma sanfona introduzindo Asa Branca, na voz de Luiz Gonzaga. 

A apreensão caiu como uma bomba. Além de repercutir em toda a imprensa estadual – afinal, não é todo quinquênio que se apreende uma arma dessas –, boa parte da mídia nacional fez coro ao que se ‘cantava’ na Rainha da Borborema. Grupos de Operações Especiais de todo o Brasil também queimavam feito brasa de fogueira, compartilhando entre seus integrantes o tamanho do prejuízo dado a uma quadrilha aqui na terra do forró.

Desde... quando?

Por falar em datas, já faz 16 anos que trabalho na segurança pública. Foram seis anos no sistema prisional e dez anos de Polícia Civil. Nesse período, nunca tive notícias de três armas calibres .50 apreendidas em apenas 13 meses em nosso estado.

Para ser mais justo, na Paraíba mesmo foram duas: a primeira em maio de 2024, na região de Malta (PB), e a terceira agora no dia 26 de junho/2025, em Campina Grande. A segunda foi apreendida em agosto de 2024 no estado do Maranhão. 

Mas o ‘dono da peça’ era um líder de facção criminosa do Rio de Janeiro que estava sendo investigado pela Polícia Civil da Paraíba. A DRACO/PCPB, então, ultrapassou as divisas estaduais mais uma vez, foi até o Maranhão e – com o apoio de foças policiais locais –, apreendeu a terceira .50 que, conforme apontavam as investigações da PC paraibana, tinha como destino o nosso estado.

Dessa forma, é seguro afirmar que desde... [???] não se tem notícia da apreensão de três armas .50 dentro de um período de apenas 13 meses. 

É um feito histórico para a crônica policial da Paraíba.  

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Saulo Nunes é jornalista, escritor e policial civil

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