Campina Grande, 26 de novembro de 2024
Brasília recebe nesta semana o IX Encontro da Rede Brasileira de Cidades Criativas da UNESCO, com o tema central “Territórios Criativos do Brasil para o Mundo", reunindo além de gestores públicos, especialistas e representantes das 15 cidades brasileiras que integram essa rede global de mais de 350 cidades, em mais de 100 países, comprometidos com a inovação e o desenvolvimento sustentável através da economia criativa a presença de autoridades como Denise Bax, secretária da Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO (UCCN). Entre design, gastronomia, música, artesanato, cinema, arte midiática e literatura, Campina Grande ocupa um lugar único e estratégico: é a única cidade brasileira, e uma das poucas no mundo, reconhecida pela UNESCO na categoria Artes Midiáticas.
Esse não é apenas um título honorífico. O selo UNESCO de Cidade Criativa funciona como um passaporte para redes globais de cooperação, um imã para investimentos e uma chancela internacional que coloca a cidade no mesmo patamar de polos de inovação como Austin (Estados Unidos) e Linz (Áustria). Mais do que isso: Campina Grande não apenas participa dessa rede, mas a lidera no Brasil através do professor Marcelo Barros, coordenador nacional da rede Brasileira.
O que isso significa na prática?
Enquanto o Brasil tem 15 cidades criativas espalhadas por diferentes campos, Campina Grande carrega uma responsabilidade e uma oportunidade únicas. Artes Midiáticas englobam tudo que está na fronteira entre tecnologia, cultura e inovação: games, realidade virtual e aumentada, animação, instalações interativas, arte digital. É o território onde a criatividade encontra o código, onde a cultura vira produto exportável e escalável.
Para os empreendedores locais, especialmente aqueles que atuam no ecossistema das artes midiáticas, como games, audiovisual e tecnologias imersivas, o selo abre portas concretas. Cidades criativas da UNESCO relatam aumentos significativos em parcerias internacionais, participação em festivais e feiras globais, acesso a programas de residência artística e coproduções. É a diferença entre tocar a campainha das oportunidades mundiais e ter a porta aberta de antemão.
Uma estratégia que vai além do reconhecimento
O evento em Brasília não é apenas celebração, mas articulação estratégica. Com painéis que envolvem os Ministérios do Turismo, Cultura e Relações Exteriores, o encontro reforça como a criatividade pode ser motor de desenvolvimento econômico, geração de emprego qualificado e atração de talentos. Algo que Campina Grande conhece bem: a cidade já respira inovação através do Ecossistema de Inovação da Campina Grande (E.InovCG), seus atores e suas diversas iniciativas além de um histórico consolidado em tecnologia, inovação e empreendedorismo.
O desafio agora é traduzir o selo em política pública estruturada e oportunidades tangíveis. Cidades como Fortaleza (Design) e Santos (Cinema) já demonstram como o título UNESCO pode ser alavancado para criar conselhos de economia criativa, editais específicos, hubs de fomento e calendários anuais de eventos que colocam a cidade no mapa internacional.
Campina Grande tem o diferencial, tem o reconhecimento e tem liderança ativa na rede. O próximo passo é construir um ecossistema robusto onde estúdios de games, produtoras de audiovisual, artistas digitais e startups de mídia possam não apenas sobreviver, mas prosperar e competir globalmente, exportando cultura, tecnologia e experiências criativas com a marca registrada da criatividade paraibana.
A janela está aberta
Quando o ministro do Turismo, Celso Sabino, destaca que as cidades criativas são "exemplos vivos de como a inovação pode renovar destinos", está falando diretamente com Campina Grande. A cidade que já se reinventou diversas vezes, do algodão à tecnologia, do São João à indústria digital, tem agora a chance de escrever um novo capítulo: o de polo criativo de artes midiáticas reconhecido mundialmente.
Para isso, é fundamental que poder público, universidades, setor privado e empreendedores criativos atuem de forma coordenada, aproveitando a liderança de figuras como Marcelo Barros, a Rede Brasileira de Cidades Criativas (RBCC), gestão local e o Núcleo de Inteligência Competitiva (NIC) do E.InovCG, para traduzir o prestígio em investimentos, infraestrutura, formação e oportunidades reais de negócios.
O IX ECRIATIVA acontece esta semana, mas a construção do futuro criativo de Campina Grande é diária.
___________________________________
Carlos Alejandro Rueda Angarita - Consultor Empresarial, Mentor Internacional de Negócios Inovadores e de Impacto Social, Doutor, Cum Laude, em Economia da Empresa, Mestre em Desenvolvimento de Sistemas para o E-commerce, Mestre em Economia da Empresa pela Universidad de Salamanca (Espanha), Administrador de Instituições de Serviço pela Universidad de La Sabana (Colômbia), +10 anos de experiencia em cargos de liderança, CEO do Núcleo Gestor do Ecossisvtema de Inovação de Campina Grande (E.INOVCG), Especialista em Empreendedorisdo no Parque Tecnológico Horizontes da Inovação (PTHI), Embaixador da Economia Cr iativa da RBCC - Rede Brasileira de Cidades Criativas (UNESCO), Colunista do Portal Digital Hora Agora, Co-líder do NASA Space Apps International Challenge e do Tech Brazil Advocates Campina Grande.
