Por Lenildo Ferreira
Em meio a uma crise aguda da gestão, oriunda principalmente (e muito gravemente) da saúde, o prefeito Bruno Cunha Lima enfim decidiu fazer o básico da política: sentar com sua bancada na Câmara Municipal.
Passados dez meses e meio do ano, finalmente o chefe do executivo alinhou sua liderança no legislativo – onde, não por acaso, dois pedidos de CPI contra seu governo já foram apresentados.
Os “escolhidos” foram os líderes da legislatura passada: Alexandre do Sindicato e Luciano Breno.
O que o retrato, com parlamentares e alguns secretários sorridentes, não fala é que nenhum dos lados dessa conversa tem a menor certeza de até quando a relação será tão amistosa quanto na estratégica pose para a foto.
E da dúvida nascem algumas perguntas que deixaremos no ar:
1) Quanto tempo vai durar a atenção de Bruno à sua bancada?
2) A complicadíssima relação de Bruno e Alexandre, cheia de idas e vindas (inclusive um quase rompimento recente), vai pelo menos se estabilizar? Os dois são capazes de manter uma convivência razoável e mais madura do que até hoje?
3) Alexandre vai conseguir lidar com os impasses que o colocaram em rota de colisão com os colegas vereadores governistas (e com o governo) em tempos não muito distantes?
4) A forma como auxiliares da gestão tratam com os vereadores vai melhorar? Bruno vai passar a ter mais comunicação com seus líderes? Os vereadores vão parar de sorrir na presença de Bruno enquanto o fustigam na ausência?
5) Importante: a maioria dos demais vereadores presentes no registro continuará servindo apenas para completar número em votação e tirar foto, sem assumir de fato a defesa da gestão?
São cinco questionamentos. Poderiam ser dez. Por ora, todavia, bastam essas dúvidas chaves que somente o dia a dia vai responder.
Tirar foto é fácil – basta dizer “xis!” e apertar o botão do celular. Difícil é enquadrar as diferenças – e principalmente indiferenças – no retrato do dia a dia do mundo real.
