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"A fundação de Campina Grande": Desenho a lápis de Vanderley de Brito |
Por Lenildo Ferreira
Existe um erro grave e generalizado que ano após ano é disseminado quando chega o 11 de outubro em Campina Grande, aniversário da cidade: afirmar que a história da Rainha da Borborema nasceu em 1864.
De ponta a ponta do município, os onipresentes outdoors trazem estes dias a mesma mensagem: “Campina Grande: 161 anos de História”. A mesma ideia é transmitida nas publicações de redes sociais, nos spots e falas em rádios e nas matérias de televisão.
Só que, mal comparando, acreditar que a história de Campina surgiu somente a partir da data da sua formalização como cidade é mais ou menos contar os anos do Brasil somente a partir da sua independência, em 1822.
Campina Grande nasceu em 1697, possivelmente em um 1º de dezembro. É uma boa história de quase 328 anos. Reduzir isso a 1864 não é um equívoco pequeno: é um erro grosseiro, que apaga todo um passado importante de uma gente, o legado dos nossos pioneiros.
A maneira como essa informação descabida circula hoje, de maneira maciça e generalizada, inclusive entre a classe política, governos e imprensa, representa um problema a ser tratado com urgência.
Em tempos de leitura cada vez mais encurtada, onde cada vez menos pessoas recorrerem a fontes confiáveis ou aos velhos livros empoeirados, caminhamos para a consolidação de uma tragédia: a absoluta maioria dos campinenses ignorar fatos básicos da história local, inclusive pensando que nascemos quase ontem.
Em verdadeira aula ministrada no Jornal do Meio-Dia desta sexta-feira, 10, o professor Vanderlei de Brito, presidente do Instituto Histórico de Campina Grande, deu uma lição sobre o assunto.
Emanuel Souza, um dos mais importantes e brilhantes memorialistas da Rainha da Borborema, também participou do programa com esclarecimentos essenciais sobre o tema.
Ambos, inclusive, explicaram que até mesmo a menção à emancipação política ter ocorrido em 1864 é, no mínimo, duvidosa. Quer saber o motivo? Clica no vídeo abaixo para ouvir (já está no ponto).
E nunca mais preste um desserviço a Campina Grande, cuja vida e história vão muito além de apenas 161 anos.